30.7.08

Antes de qualquer coisa, música
e, para isso, prefere o Ímpar
mais vago e mais solúvel no ar,
sem nada que pese ou que pouse.
E preciso também que não vás nunca
escolher tuas palavras em ambiguidade:
nada mais caro que a canção cinzenta
onde o Indeciso se junta ao Preciso.
São belos olhos atrás dos véus,
é o grande dia trêmulo de meio-dia,
é, através do céu morno de outono,
o azul desordenado das claras estrelas!
Porque nós ainda queremos o Matiz,
nada de Cor, nada a não ser o matiz!
Oh! O matiz único que liga
o sonho ao sonho e a flauta à trompa.
Foge para longe da Piada assassina,
do Espírito cruel e do Riso impuro
que fazem chorar os olhos do Azul
e todo esse alho de baixa cozinha!
Toma a eloquência e torce-lhe o pescoço!
Tu farás bem, já que começaste,
em tornar a rima um pouco razoável.
Se não a vigiarmos, até onde ela irá?
Oh! Quem dirá os malefícios da Rima?
Que criança surda ou que negro louco
nos forjou esta joia barata
que soa oca e falsa sob a lima?
Ainda e sempre, música!
Que teu verso seja um bom acontecimento
esparso no vento crispado da manhã
que vai florindo a hortelã e o timo...
E tudo o mais é só literatura.

[Paul Verlaine - Arte Poética]


29.7.08

Yesterday is history,
tomorrow is a mystery,
but today is a gift.
That is why it is called
the present.


[Oogway in Kung Fu Panda]

28.7.08

Quem não ouve a melodia
acha maluco quem dança..

[Oswaldo Montenegro]

25.7.08

[REMEMBER LUZIAMAR]

hoje a cidade de Viana do Castelo propõe uma noite insólita:

Remember a Original Luziamar

@
New Look DiscoLounge

VS.

Official Remember Luziamar
@
OFF DanceClub

..
Para quê comentar??

Algures hei-de estar!

23.7.08

[venho de ver]*

Demasiado longa, demasiado violenta, demasiado imperfeita. Platónov conviveu sempre de perto com o excesso e o falhanço. Peça inaugural de Anton Tchékhov, escrita com a urgência de tudo dizer e tudo questionar, sucessivamente trabalhada e sucessivamente rejeitada, acabaria por ser resgatada da sombra ao longo do séc. XX. Isto porque talvez se possa dizer de Platónov, a obra, aquilo que alguém diz nela de Platónov, a personagem: “É o exemplo acabado da moderna indefinição”. Retrato em fuga de um grupo de trintões e quarentões desiludidos com uma sociedade que frustrou os sonhos da sua juventude? Celebração vital dos prazeres da culpa e da contradição? Ouçamos o nosso herói, num acesso de ironia e lucidez: “Ser jovem e ao mesmo tempo não ser idealista. Que depravação!”. Nuno Cardoso propõe-nos uma leitura possível de um conflito irresolúvel (foi também esse um dos propósitos que o conduziram a Woyzeck, outro clássico mutilado), acrescentando à sua já extensa galeria de beautiful losers o corpo vacilante de um professor de província, um Hamlet com testosterona a mais, que assiste embriagado ao desconcerto do mundo…

Platónov
de >> Anton Tchékhov
tradução >> António Pescada

encenação >> Nuno Cardoso
cenografia >> F. Ribeiro
figurinos >> Storytailors
desenho de luz >> José Álvaro Correia
movimento >> Marta Silva

assistência de encenação >> Victor Hugo Pontes
preparação vocal e elocução >> João Henriques
interpretação >> António Fonseca, Daniel Pinto, Fernando Moreira, Hugo Torres, João Castro, Jorge Mota, José Eduardo Silva, Lígia Roque, Luís Araújo, Marta Gorgulho, Micaela Cardoso, Paulo Freixinho, Pedro Almendra, Pedro Frias, Sandra Salomé, Sérgio Praia

*[e adorei!]

21.7.08

[de novo em casa]

*confesso, ficava na Corunha mais uns dias.
Prometo voltar!

[na foto: Teatro Colón, Corunha.]

18.7.08

[gira p'rá Corunha]

No âmbito do Programa Culturnova - Sustentabilidade e Novas Formas de Cultura, financiado pelo Programa Interreg III A, o CDV vai apresentar o espectáculo "Gira Pró Inferno!", no Teatro Colón, na Corunha, no próximo dia 19 de Julho.

17.7.08

- Palmier coberto?

- Coberto? Ainda não, mas será!
[I'm yours]*

I've been spending way too long checking my tongue in the mirror
And bending over backwards just to try to see it clearer
My breath fogged up the glass
And so I drew a new face and laughed

*[já cheira a Verão!!]

16.7.08

[there's no business like show business]

There's no business like show business

Like no business I know
Everything about it is appealing
Everything the traffic will allow
Nowhere can you get that extra feeling
When you are stealing that extra bow.

Showbiz, screw everybody that you know-biz
All the people that you owe-biz,
They're all in showbiz,
Showbiz, where did all the money go-biz
Your business manager should know-biz
That's right it's showbiz, showbiz.

There's no business like show business
Like no business I know
Everything about it is appealing
Everything the traffic will allow
Nowhere can you get that extra feeling
When you are stealing that extra bow.

There's no people like show people
They smile when they are low
Yesterday they told you you would not go far
Today you open and there you are
Next day on your dressing room they hang a star
Let's go on with the show.

10.7.08

Posso ter defeitos, viver ansioso
e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida
é a maior empresa do mundo,
e posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas
e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si,
mas ser capaz de encontrar um oásis
no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica,
mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas,
um dia vou construir um castelo...


[Fernando Pessoa]

9.7.08

[I’m gonna need a better reason
to write you a love song today]


8.7.08

[so many stories of where I've been]

Voltei de Lisboa e, para além de algumas fotos de telemóvel como estas, trago imensas histórias, reencontros, descobertas, lugares, pessoas que ficarão para sempre na memória e no coração.



*[mas cá p'ra nós: 'home sweet home']

2.7.08

[minha culpa]

Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem
Quem sou? um fogo-fátuo, uma miragem...
Sou um reflexo...um canto de paisagem
Ou apenas cenário! Um vaivém

Como a sorte: hoje aqui, depois além!
Sei lá quem sou? Sei lá! Sou a roupagem
De um doido que partiu numa romagem
E nunca mais voltou! Eu sei lá quem!...

Sou um verme que um dia quis ser astro...
Uma estátua truncada de alabastro...
Uma chaga sangrenta do Senhor...

Sei lá quem sou?! Sei lá! Cumprindo os fados,
Num mundo de maldades e pecados,
Sou mais um mau, sou mais um pecador...

[Florbela Espanca]

I Am What I Am - Shirley Bassey

1.7.08

[Because I'm still in love with you]

Cassandra Wilson - Harvest Moon