'O Principezinho' - 01.Julho.2005 - 22h - Cine-teatro dos Bombeiros Voluntários de Vila Praia de Âncora

- Por favor... desenha-me uma ovelha!

Esta não é apenas a primeira fala do Principezinho na peça. Algo semelhante foi o que me disseram, quando me pediram para dirigir este grupo de jovens.
Assim como o Homem só sabia desenhar elefantes dentro de jibóias, eu apenas sabia ser actor, mas aceitei o desafio e fiz o meu desenho. Não sei se ele ficou bonito, se as cores que escolhi para pintá-lo foram as mais acertadas, nem mesmo se o papel que usei era o mais indicado. O que sei, e o que todos quantos participaram nesta aventura sabem, é que tal como o Pincipezinho, embarcámos numa viagem, percorremos muitos planetas, vimos muitas coisas que nunca dantes tínhamos visto, conhecemos pessoas, lugares, emoções, palavras e, mais importante, prendemo-nos e fizemos... teatro.
Fazer teatro não é fácil e todos puderam descobrir isso. Quando chegamos a um ensaio deixamos de ser nós próprios, passamos a fazer parte de um todo e damos vida a outro. Fazendo parte de um todo, deixamos de ter os nossos horários, os nossos amigos, a nossa família, mas no teatro e em O Principezinho fizemos novos amigos, uma nova família.
Com todo o sacrifício e todo o gozo que isto nos deu, e não temo em afirmar que foi muito mais o gozo do que o sacrifício, hoje vos entregamos, como se cada um de vós fosse o Pincipezinho, não o desenho, mas sim a nossa ovelha - a concretização do sonho que todos tínhamos.


Tiago Fernandes